2005-06-15

Aperto Distante

Marioneta de mim, aperta sem fim.
Aperto distante, remoto, pulsante.
A pulso talhado, em bruços caído,
em braços cavado, no brio perdido.

Estéril

Devesse ao vicio devir arredado,
e viesse enfim o verde florir.
Não aflora, cá dentro, lá fora no prado,
cercado em mim, apraz-me à vida fugir.

2005-06-14

Erosão

Sem chão, sem muro nem tecto.
Ao sol e ao vento descoberto, assim se solta o sedimento.
Solto a palavra que nada ganha, que não se perde,
e se emaranha no pó que na morte se desprende.